UM PARADOXO SE ESCONDE
Entre prantos e risos, o coração vem e se revela A'lma floresce, ela cresce, melancólica e bela Então a cada palavreado o vil espírito confessa Um paradoxo se esconde, nó triste pregressa.
Nas entrelinhas, a dor encontra a sua morada Enquanto a vagueza conflita em toda jornada O sorriso e o choro se entrelaçam num papel Emaranhado, regados de sentimentos em fel.
A vida e a lida é como um riacho gélido a correr Transborda de emoções, nunca para de'smorrer Um fluxo constante de ilusão errônea e saudade Mescladas matizes pálidas da eterna dualidade.
No ilusivo olhar de poeta, o mundo todo se traduz Versos líricos, sombrios, menestréis, e a sua cruz Um oceano de palavras fictícias, é um mar revolto Ondas gigantes de absortos e agruras, vão absolto.
E assim, no pávido eterno dos paradoxos inversos A vida tece em finos fios soltos, frouxos e emersos Uma crua e real cadência fustigada d'alma e mente Onde o tédio e a mesmice se enlaçam ferozmente.
E que a poesia falada ou escrita siga seu curso Nos levando além, ao mais desmedido decurso Amargoso paradoxo, trevas e luz que assombra Balsâmica essência, olência, ensombra, e'nxombra.
Cleia Fialho
Enviado por Cleia Fialho em 25/07/2023
Alterado em 07/08/2023 |