LARGADOS PELOS CAMINHOS
Largados pelos caminhos, seguem os sonhos, sem-abrigo Passos cansados, desejos renegados, o destino é um intrigo Corações aflitos, trilhando a estrada pedregosa deserta Em busca da esperança extraviada, de uma vida mais certa.
Nas curvas sinuosas, encontram-se lembranças esquecidas Saudades dos amores, das amizades e vaidades já vividas O vento sopra forte, vai varrendo as mágoas do passado Deixando espaço para o incógnito, o inexplorado, o alado.
As lágrimas, em gotículas, regam o solo árido dos lamentos As dores transformadas em versos, em eternos sentimentos São poesias sem rimas que brotam das almas abandonadas Revelando a verdade, as tristezas e as jornadas malogradas.
Entre as pedras do caminho, avista-se flores a desabrochar A esperança se renova, no silêncio do entardecer a sonhar E mesmo no breu, na escuridão, brilham estrelas no céu Guiando corações perdidos, na laboriosa busca de seu véu.
Largados pelos caminhos, e talvez não esquecidos no além Os sonhos resistem, alimentados pelo fogo do querer bem E, por mais que a vida seja um obscuro enigma enredado Seguimos adiante, com o coração partido e quebrantado.
Pois, entre tropeços e quedas, encontramos a força interior Com a chama da esperança, seguimos em busca do pluriamor Largados pelos caminhos, nós somos peregrinos da existência Adaptando em cada passo, nosso versificar de transcendência.
Cleia Fialho
Enviado por Cleia Fialho em 25/07/2023
Alterado em 07/08/2023 |